Neste 18 de maio (sábado), profissionais, voluntários e pacientes comemoram o Dia da Luta Antimanicomial. E o CAPS I Nossa Senhora da Saúde fez questão de deixar a data muito bem fixada em Poço Fundo, com atividades marcantes nesta quinta-feira (16) e sexta-feira (17).
Na quinta, pacientes e servidores da instituição, juntamente com profissionais ligados ao CRAS e às Secretarias de Ação Social e da Saúde, participaram de uma passeata por pontos importantes da cidade, partindo do Centro Cultural Paulo Henrique de Oliveira, a Concha Acústica. Com cartazes e mensagens, eles buscaram mostrar ao povo gimirinense os seus avanços e como é possível viver dignamente, livremente, enquanto travam suas batalhas contra os problemas que enfrentam.
Na sexta-feira, um Simpósio, realizado no Centro de Pastoral, tratou de temas relevantes nesta área. O médico Guilherme Oliveira Lima, psiquiatra do CAPS, falou sobre a História da Loucura, com várias teorias e estudos sobre este assunto. Já Mõnica Biazin, psicopedagoga, palestrou sobre a importância das oficinas terapêuticas no tratamento e desenvolvimento dos usuários do CAPS. Também foram realizadas dinâmicas de grupo, e atividades que mostram os prós e contras da internação de pacientes em hospitais psiquiátricos, enfatizando a importância da participação da família no processo de tratamento.
Participaram das atividades, além dos grupos ligados à área, o prefeito Renato Oliveira e os secretários Rosiel de Lima (saúde) e Jander de Souza (Ação Social), totalmente inseridos nas atividades.
Movimento Antimanicomial
O Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Dentro desta luta está o combate à idéia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, idéia baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. O Movimento da Luta antimanicomial faz lembrar que como todo cidadão estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
O Movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da década de 70, em pleno processo de redemocratização do país, e em 1987 teve dois marcos importantes para a escolha do dia que simboliza essa luta, com o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru/SP, e a I Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.
Com o lema “por uma sociedade sem manicômios”, diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações políticas e outros segmentos da sociedade questionam o modelo clássico de assistência centrado em internações em hospitais psiquiátricos, denunciam as graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentais e propõe a reorganização do modelo de atenção em saúde mental no Brasil a partir de serviços abertos, comunitários e territorializados, buscando a garantia da cidadania de usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da sociedade.
Assim como o processo do Movimento da Reforma Sanitária, que resultou na garantia constitucional da saúde como direito de todos e dever do estado através da criação do Sistema Único de Saúde, o Movimento da Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei 10.216/2001, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência. Este marco legal estabelece a responsabilidade do Estado no desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil, através do fechamento de hospitais psiquiátricos, abertura de novos serviços comunitários e participação social no acompanhamento de sua implementação. (fonte: Blog da Saúde/Ministério da Saúde).